Notícias
'Taxa da blusinha' traz isonomia tributária e beneficia empresas brasileiras
Por Luciano Ramos Volk
Após o Senado aprovar no dia 5, foi a vez de a Câmara dos Deputados sancionar na noite desta terça-feira, 11 de junho, a aplicação de um Imposto de Importação de 20% sobre as compras internacionais abaixo de US$ 50, atendendo a um pleito dos principais órgãos representativos da indústria e de diversos Varejistas, todos prejudicados há alguns anos com a concorrência direta das gigantes asiáticas de comércio eletrônico. A medida é positiva, pois cria um cenário de competição mais justo entre produtos nacionais e importados, evitando demissões e promovendo a isonomia tributária. O texto segue para aprovação ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A taxação do e-commerce tem sido alvo de intensa disputa política, o que levou à proposta de taxação, que ficou conhecida como “taxa da blusinha”. A nova norma poderá entrar em vigor já em julho, já que o Imposto de Importação não segue a noventena, em que se presume um prazo de 90 dias após a aprovação para começar a arrecadar.
A mudança deve trazer um belo incremento para os cofres públicos, além, é claro, de beneficiar as empresas brasileiras, sobretudo a dos setores de vestuário e de eletroeletrônicos, que há pelo menos 15 anos vivem uma queda de braço com os sites de e-commerce asiáticos em produtos nessa faixa de preço, de até US$ 50.
Pelo texto aprovado, acima dos US$ 50 (cerca de R$ 250) e até US$ 3.000 (cerca de R$ 16.500), o imposto será de 60%, com desconto de US$ 20 (cerca de R$ 110) do tributo a pagar.
O movimento, entretanto, deve atingir em cheio o consumidor, que passará a conviver, pelo menos no início, com aumento dos preços, redução da variedade de produtos disponíveis e maior prazo de entrega, proveniente do aumento no volume de pacotes sujeitos à inspeção nas aduanas.
Com o fim da isenção, a carga tributária que recairá sob o consumidor final passará a ser próximo de 44,5%, o que com a isenção se mantinha em torno de 20,82% devido à cobrança do ICMS, no valor de 17%. Ou seja, um produto de aproximadamente custa R$ 80 num site asiático, custará R$ 100 com a nova carga tributária.
Mesmo assim vai sair mais barato que o nosso mercado interno. Nossa tributação para empresas brasileiras é muito alta: importação, a comercialização, a folha de salários. Ou seja, a aplicação do novo imposto para varejistas digitais não acabaria com a diferença de preços, mas contribuirá bastante para tornar o mercado nacional mais competitivo. Porém, quem paga a conta, mais uma vez, é o consumidor, em impostos, e que terá de desembolsar a mais para ter acesso a variedade de produtos importados a preços baixos.
*Luciano Ramos Volk é advogado, sócio do VGF Advogados e um especialista no tema.
Links Úteis
Indicadores diários
Compra | Venda | |
---|---|---|
Dólar Americano/Real Brasileiro | 6.1073 | 6.1103 |
Euro/Real Brasileiro | 6.2483 | 6.2563 |
Atualizado em: 10/01/2025 14:24 |
Indicadores de inflação
10/2024 | 11/2024 | 12/2024 | |
---|---|---|---|
IGP-DI | 1,54% | 1,18% | 0,87% |
IGP-M | 1,52% | 1,30% | 0,94% |
INCC-DI | 0,68% | 0,40% | 0,50% |
INPC (IBGE) | 0,61% | 0,33% | 0,48% |
IPC (FIPE) | 0,80% | 1,17% | 0,34% |
IPC (FGV) | 0,30% | -0,13% | 0,31% |
IPCA (IBGE) | 0,56% | 0,39% | 0,52% |
IPCA-E (IBGE) | 0,54% | 0,62% | 0,34% |
IVAR (FGV) | -0,89% | -0,88% | -1,28% |